segunda-feira, novembro 07, 2005

... do escuro...

às vezes ainda tenho medo do escuro. quando as noites são demasiado curtas para o descanso, longas demais para o cansaço.
quando a mão não sente mais que o lençol frio, e no calor do corpo se agigantam transparências frias de ausência.
nesse não saber do lado de lá.
quando não sei de mim. e não sei onde me procurar.
reinvento no escuro as luzes das estrelas que me sossegam. mas estrelas inventadas pouco brilham na força débil do corpo salgado, arrefecido.
e o desejo pode apenas jazer na almofada, vazio. de olhos esbugalhados molhados doridos.
esperando que o dia acorde e o peso do peito aqueça com a luz do sol.
que virá. apesar de tudo, tem de vir.

1 comentário:

colher de chá disse...

É precisamente este espaço que me faz acreditar q há mesmo de vir.
Beijo