quinta-feira, abril 17, 2008

cântaros

há dias que se predispõem à melancolia. hoje é Abril a cântaros, melancolia em jorros de cinzento e depois o mundo a desaparecer no negrume. o rádio raspa o ar lentamente, à procura das notas no meio da chuva.
sabes aquele aperto da solidão? quando chove não consigo senão pensar que é só o corpo a querer encolher para caber naquele espaço entre as gotas. porque deve achar que ali se respira melhor. e encharca-se de suspiros, ao tentar mirrar-se.
sabes uma terapia? jazz. um pint gelado. velas. o chão quente de madeira corrida. o abraço de uma manta ou - se quiseres - de uma voz amiga. imaginar que o tiritar das gotas nas janelas são ritmos para uma música que a chuva está à espera que inventes.

6 comentários:

Paulo Barros Cardoso - P.B.C. disse...

Por vezes, sem querer, ou por algum querer maior que a vontade de caminhar ao acaso, desaguamos em espaços que nos tocam, da fonte do verbo... Gostei-te aqui na palavra :-)

Figura de Estilo disse...

Bom post :)

J.R. Lima disse...

A solidão é fractal...
mais que um, menos que dois.

Lindo post, ilustra bem as melancolias desta vida em que tão pouco pode ser compartilhado.

Um abraço.

miak disse...

Eu só queria perder o medo...

Anónimo disse...

que bonito post!

Unknown disse...

o maximo!
gostava que fosses a
arte-e-ponto.blogspot.com

Carla